Seicho-No-iÊ: A religião-filosófica dos imigrantes japoneses em Ananindeua, Pará, Brasil

Imagem: Seicho-No-IÊ do Brasil - Ananindeua. Foto: Adrielson Furtado
A Seicho-No-iÊ é um movimento religioso-filosófico fundada na cidade de Tóquio, Japão, em 1930 por Masaharu Taniguchi. Atualmente está presente em mais de 30 países, distribuídos pela América Latina, América do Norte, Europa, África e Oceania.
Imagem: Masaharu Taniguchi. Foto: Wikipédia
Em 1930, após o lançamento da primeira revista em Tóquio, os imigrantes japoneses no Brasil tiveram acesso aos primeiros volumes, como a revista “A verdade da vida” de 1932. Em 1934, o Sr. Daijiro Matsuda ao ler o livro “A verdade e a Vida” fica curado de uma grave enfermidade misteriosamente. Passando junto com o seu irmão Miyoshi Matsuda a divulgarem a Seicho-No-iÊ, tornando-se os principais responsáveis pela sua difusão no Brasil e na América do Sul (S. J., 1990).

Imagem: Daijiro Matsuda. Foto: Acervo SNI
Em 1952, a Seicho-No-iÊ estabeleceu sua sede no Brasil na cidade de Jabaquara, São Paulo (S. J., 1990). A partir da década de 70, houve um crescimento acentuado na sociedade brasileira a, época em que o ocidente estava começando a se voltar para as religiões e terapias orientais (ALBUQUERQUE, 2008).
Na década de 1970, durante a construção da gleba IV do Conjunto Habitacional Cidade Nova, se estabeleceu a Seicho-No-iÊ em Ananindeua. Na Tr. We 43, 639, esquina com a Av. Dom Vicente Zico (antiga Av. Arterial 18). Seu templo é considerado um dos primeiros a ser erguido na região Norte do Brasil. No mesmo período inicia a difusão da Seicho-No-iÊ no bairro da Agulha em Icoaraci, Belém.
Dentre as religiões orientais, a Seicho-No-iÊ é a que obteve maior popularização no Brasil. Os brasileiros são atraídos por julgarem que ela não é uma verdadeira religião, e sim uma filosofia de vida. Além de acolher todas as religiões sem distinção. Em virtude de apresentar poucos rituais e cerimonias de culto em suas manifestações, recomenda-se que seus adeptos de outras religiões busquem na Seicho-No-iÊ orientações e, se mantenham fiéis aos cultos da sua própria religião (S. J., 1990).
Tem como símbolo emblemático um círculo constituído pelo sol, por uma estrela e uma cruz suástica, relativos as três religiões: o xintoísmo, o budismo e ao cristianismo. As práticas religiosas compreendem a recitação de sutras, o culto dos antepassados, a purificação do subconsciente, a oração pela harmonia e o exercício da meditação.
Imagem: Emblema da Seicho-No-iÊ
O seu fundador Masaharu Taniguchi (1893-1985) deixou mais de 400 livros escritos sobre a verdadeira vida, ou seja, que a matéria, pobreza, doença, morte e sofrimentos não existem, basta crer que o homem é filho de Deus, para se libertar de todas as limitações do mundo visível. Sua filosofia é um ensinamento de amor que prega que o ser humano é filho de Deus, que o mundo da matéria é projeção da mente (SNI, 2014).
O aprofundamento da doutrina é feita nos Centros de Treinamento Espiritual e, a difusão através das revistas, jornais e boletins. No Brasil há 4 academias de treinamento, sendo uma no Pará (Academia de Treinamento Espiritual da Amazônia) localizada desde 2004 na cidade de Benevides. Há também uma Sede da Regional em Belém (Av. Generalíssimo Deodoro) e, um núcleo na cidade de Santa Isabel do Pará.
Imagem: Academia de Treinamento Espiritual da Amazônia. Foto: SNI
Assim, desde a década de 1970, a Seicho-No-iÊ em Ananindeua vem despertando no coração das pessoas a verdade de que todos são filhos de Deus. Sua existência na Amazônia tem forte relação com os japoneses que se estabeleceram no Pará desde 1929, em especial nas terras pertencentes ao Curtume Maguari, que na década de 1970, foram adquiridas pelo Estado e transformadas em conjunto habitacional (Cidade Nova).


FONTE:



S.J., André Masao Ozaki. As religiões Japonesas no Brasil. Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1990.

ALBUQUERQUE, L.M.B Seicho-no-iê entre brasileiros: vitalismo e salvação In: Revista Nures nº 10 – Setembro/Dezembro 2008 – Núcleo de Estudos Religião 

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