Lançado desde 2009 pelo Instituto Trata Brasil, o novo Ranking do Saneamento Básico das 100 maiores cidades do país é mais uma vez publicado para chamar atenção dos preocupantes indicadores de saneamento nas 100 maiores cidades do Brasil.
Feito em parceria com a GO Associados, especializada em saneamento básico, o trabalho usa dados oficiais do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Ministério das Cidades – ano base 2015. Avalia a evolução dos indicadores de água, esgotos, investimentos e perdas de água nas maiores cidades e com foco nas capitais brasileiras.
A cidade de Franca (SP) aparece, pelo quarto ano seguido, como a melhor cidade entre as 100 maiores e Ananindeua (PA) figura na última colocação.
O país ainda tem
mais de 34 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada. Com relação aos
esgotos, somente em 2015 conseguimos vencer a barreira de ter mais da metade da
população com coleta de esgotos (50,3%), mas apenas 42% dos esgotos do país são
tratados.
O novo Ranking do Saneamento aponta que num período de 5 anos (2011 a 2015),
as 26 capitais presentes no diagnóstico (com exceção de Palmas ) investiram,
juntas e a valores de 20152
, a quantia de R$ 19,44 bilhões, ou seja, 63% do que
investiram as 100 maiores cidades (R$ 30,8 bilhões) e 32% do que o país todo
investiu no mesmo período (R$ 60,6 bilhões). Em termos dos indicadores mais
críticos, 24 capitais não tratam mais de 80% dos seus esgotos (somente Brasília
82% e Curitiba 91%), e as grandes cidades do Norte ocupam as últimas
colocações do Ranking do Saneamento com números bem abaixo da média
nacional na maioria dos indicadores.
Ademais, o estudo comparou outros avanços das capitais em água e esgotos de 2011
a 2015 e comprovou que os avanços foram importantes, mas tímidos.
Édison Carlos, presidente do Trata Brasil, explica: “Essas 26 grandes cidades abrigam
quase ¼ da população do país, então é esperado que tenham os maiores desafios
para levar os serviços de água e esgotos à totalidade da população, mas é também
certo que são as que têm mais condições de fazer projetos e levantar recursos para a
solução. E isso não vem ocorrendo. ”
De acordo com Gesner Oliveira, sócio da GO Associados: “É preocupante o fato de
que 13 das 27 capitais atendem menos da metade da população com coleta de
esgoto. Situação análoga ocorre com o tratamento, em que algumas capitais tratam
menos de 10% dos esgotos gerados. Assim, se mostra fundamental um salto em
investimentos e são as capitais os municípios com maior capacidade para tal.
De
acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), os investimentos
necessários para alcançar a universalização estão na ordem de R$ 19 bi por ano até
2033. No ritmo atual, com investimentos de cerca de R$ 13 bi ao ano, a meta do
Plansab deve ser atingida apenas após 2050.”
Dados do Ranking:
Município: Ananindeua (PA)
Ranking: 100
População Total (IBGE): 505.404
Operador: COSAMPA
Indicador de atendimento
total de água (%): 28,81
Nota atendimento total de
água (máx. 0,5): 0,14
Indicador de atendimento
urbano de água (%): 28,90
Nota atendimento urbano
de água (máx. 0,5): 0,14
Indicador de atendimento
total de esgoto (%): 2,90
Nota atendimento total de
esgoto (máx. 1,25): 0,03
Indicador de atendimento
urbano de esgoto (%): 2,10
Nota atendimento urbano
de esgoto (máx. 1,25): 0,03
Indicador de esgoto
tratado por água
consumida (%): 8,75
Nota esgoto tratado por
água consumida (máx. 2,5): 0,05
Investimento 5 anos
(Milhões R$): 13,55
Arrecadação 5 anos
(Milhões R$): 70,25
Indicador de
invest/arrecadação (%): 19,29
Nota invest/arrecadação
(máx. 1): 0,42
Novas ligações água: 913
Ligações faltantes para
universalização: 99.077
Indicador novas ligações
de água/ligações faltantes
(%): 0,92
Nota novas ligações
água/ligações faltantes: 0,00
Novas ligações esgoto: 2.518
Ligações faltantes para
universalização:117.923
Indicador novas ligações
de esgoto/ligs faltantes
(%):2,14
Nota novas ligações
esgoto/ligações faltantes: 0,09
Indicador perdas no
faturamento 2015 (%): 41,14
Nota perdas no
faturamento (máx. 0,5): 0,18
Indicador perdas no
faturamento 2014 (%): 37,94
Indicador evolução nas
perdas de faturamento (%): 0,00
Nota evolução nas perdas
de faturamento (máx.): 0,00
Indicador perdas na
distribuição 2015 (%): 46,82
Nota perdas na
distribuição (máx. 0,5): 0,16
Indicador perdas na
distribuição 2014 (%): 44,97
Indicador evolução nas
perdas de distribuição (%): 0,00
Nota evolução nas perdas
na distribuição (máx. 0,25): 0,00
Nota Total (máx. 10): 1,25
Tarifa média (R$/m³): 2,00
Fonte:
http://www.tratabrasil.org.br/ranking-do-saneamento-das-100-maiores-cidades-2017
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