ILHA DE JOÃO PILATOS: A maior ilha de Ananindeua

A ilha localiza-se na região insular de Ananindeua, no extremo norte do município, possui 3.854, 7138 há (Três mil oitocentos e cinquenta e quatro hectares, setenta e um ares, trinta e oito centiares). Limitando-se ao norte com as ilhas de Mosqueiro e São Pedro; ao leste com as ilhas de Santa Rosa, Sororoca e Sassuenema; ao sul com a ilha de Guajarina e a oeste com as ilhas de Caratateua, Viçosaa e a área continental de Ananindeua.

A ilha além de ser cercada por grandes rios como o Maguari, possui inúmeros furos e igarapés, que junto com os cursos d’água que nascem nos municípios de Benevides, Marituba e Ananindeua e desaguam na Baia de Santo Antônio e Guajará formam a Bacia de João Pilatos.

Síntese Histórica da Ilha de João Pilatos

A ilha de João Pilatos era conhecida inicialmente por São José, fundada por volta de 1817, por um ferreiro de nome José da Silva Luz. Por volta de 1989, um japonês ao comprar uma propriedade na comunidade de João Pilatos e, ao registrá-las na União, informou que o nome da ilha era João Pilatos ao invés de São José. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) durante a realização do censo também oficializa tal informação.

A ilha também possui uma comunidade de mesmo nome, que junto as comunidades de Nova Esperança e Igarapé Grande constituem as três grandes comunidades da ilha de João Pilatos.

Síntese Histórica da Comunidade de João Pilatos com base na informação oral

Foto: Centro da Comunidade de João Pilatos (Almeida, 2009)

No século XIX, moraram inicialmente na comunidade os senhores João Bernardo, João Pangó de Souza, Virgílio Ponte de Souza, Castro e suas famílias. O atual barracão próximo ao campo foi o núcleo de fundação da comunidade. Que somente no inicio do século XX, por volta de 1905, o Sr. João Bernardo obteve uma escritura em cartório titulando a comunidade como João Pilatos.

No inicio do século XX, o português Antônio do Monte, conhecido como “dente de ouro”, teve um filho chamado de João do Monte com a Sra. Julia. Com a morte do pai, João do Monte herdou uma herança e investiu num grande comércio na comunidade, em que se vendia: peixes, marisco, lenha e outros produtos. Desde esta época, já havia uma relação comercial com Icoaraci, através da venda peixes, mariscos, frutas, madeira e lenha. O que garantia o sustento das famílias.

Desde o século XIX, foram se constituindo as gerações, que passaram a se distribuir pelas terras da comunidade, como a família do Sr. Joaquim Pontes de Souza que ocuparam as terras próximas ao igarapé do Alcântara.

Foto: Residência próximo ao igarapé do Alcântara (Almeida, 2009)

Informações gerais da Comunidade de João Pilatos

PONTO DE REFERÊNCIA: igarapé de João Pilatos
Foto: Igarapé de João Pilatos (Almeida, 2009)

MEIO DE ACESSO: Fluvial partindo do porto do Surdo, segue pelo igarapé do Curuçambá e depois pelo rio Maguari, furos dos Bragas, até chegar ao igarapé de João Pilatos.

Foto: Porto de João Pilatos Almeida (2009)


TEMPO MÉDIO DE VIAGEM: 1h20 minutos com variação de 10 min.

N° DE FAMÍLIAS: 78

ORGANIZAÇÃO SOCIAL: Associação dos Moradores e Pequenos Produtores Rurais de João Pilatos – AMPPRJP (Pres. Lindomar de Souza e Souza).

ÁGUA: comunidade inexiste rede geral pública de água encanada, o abastecimento é feito por poço artesiano; poço aberto e água pluvial.

ESGOTO: Inexiste rede geral pública de esgoto. A drenagem segue para os rios.

ENERGIA ELÉTRICA: No dia 19 de junho de 2010 a comunidade passou a receber o serviço.

COLETA DE LIXO: Inexiste coleta de lixo domiciliar. Os resíduos são: enterrado; queimado e depositado em área específica.

TRANSPORTE: Em todas as comunidades e localidades inexiste serviço de transporte regular, as embarcações existentes operam através de fretamento ou pelo pagamento de passagens, com valores que variam de acordo com a distância. De todas as comunidades, a de Nova Esperança é a que apresenta um número maior de viagens diárias por pagamento de passagens.

COMUNICAÇÃO: Em toda a região insular inexiste Radioamadores, Internet, telefone fixo (público ou particular), existindo apenas a Telefonia móvel, em que as operadoras que oferecem cobertura são: Oi, Tim e Vivo. Dependo do local pode não apresentar sinal de rede.

SEGURANÇA: Em toda a região insular inexiste Postos de Polícia, Bases do Corpo de Bombeiros, Serviços de Busca e Salvamento, existindo apenas o Serviço de Polícia Marítima do Estado, que realiza trabalhos de rondas preventivas e punitivas por meio de denúncias para a base da Polícia Fluvial.

MÉDICO-HOSPITALAR: Em toda a região insular inexiste Postos de Saúde, Farmácias e outros tipos de infraestrutura médico-hospitalar, existindo somente o trabalho do Agente de saúde municipal.

EDUCACÃO: na comunidade de João Pilatos há o ensino fundamental (1° a 4° série) de convênio com o estado.

Foto: Ruas da comunidade (Almeida, 2009)

Foto: Ruas de acesso ao porto de João Pilatos (Almeida, 2009)


A inexistência dos serviços acima citados faz parte do cotidiano desse povo, que ao longo dos anos aprendeu a sobreviver com tão pouco. Porém, nos últimos anos vem se organizando através das associações e garantindo a existência de infraestruturas básicas para o desenvolvimento da comunidade.

Nesse processo de perpetuação, suas histórias às vezes se confundem por possuírem os mesmos nomes. Mas os seus moradores são os grandes responsáveis pela sua existência e a sua permanência como uma das comunidades mais antigas a existirem na região insular de Ananindeua.

Fonte:
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANANINDEUA. Inventário da oferta turística da região insular de Ananindeua, Pará. Secretaria de Desenvolvimento Econômico: Ananindeua, 2009.

Comentários

Engenheira disse…
Parabéns pela pesquisa!
Unknown disse…
Parabéns!! Pesquisa bem detalhada. Continue, o turismo agradece!! Sucessso!!
daniel orandi disse…
meu nome é daniel orandi, sou professor de historia, e neto de manoel santana de souza,este foi quem deu para os moradores de joao pilatos a escritora das terras de joao pilatos..quero fazer uma qesquisa historica nessa ilha e queria entrar em contato contigo.meu email é danielorandy@hotmail.comum
Anônimo disse…
Gostaria Muito de Conhece-la, se Fosse mais Fácil..
Unknown disse…
vc pode me ajudar , orientando como chegar, to curioso para conhecer este local, pois se é a maior ilha de ananindeua , e eu ainda não conheço.
Anônimo disse…
Adorei a pesquisa ! Meus parabéns, ótimo trabalho. Estou fazendo um trabalho sobre o Ecoturismo em Belém e acho as ilhas de Ananindeua propicias ao turismo. Bastando ter interação entre comunidade e poder publico.
Anônimo disse…
É muito fácil!
Uma das alternativas é ir pelo Fidélis em Outeiro. Assim que atravessa a ponte de outeiro, chega-se no bairro de Fidélis, seguindo na pista principal, dentro de Fidélis, em menos de 10 minutos você chega na beira do rio, de onde você pega uma embarcação que vai para a ilha. A viagem é de no máximo 30 minutos. Não tem maresia, é bem tranquila. Adoro!!
Unknown disse…
Gostei da pesquisa, sou filha do herdeiro da ilha, Manoel Santana de Souza, e tenho um carinho muito grande por essa ilha onde meu pai nasceu.
Passei toda minha infância das férias escolares nessa ilha maravilhosa.
No dia 15 de agosto de 2020 foi inaugurada a praça "Proença de Souza", homenagem ao meu avô, meu tio e meu pai.
Unknown disse…
Meu nome é Juliana souza filha de armando Souza e bisneta do Antônio do monte, conhecido como dente de ouro, e neta do João Souza do monte, fui moradora dessa ilha,casei e vim morar em Ananindeua, mais minha família toda ainda mora lá e sempre que tenho tempo vou lá ver a todos e desfrutar dessa beleza que é o lugar aonde nasci. Linda nossa ilha João Pilatos