No dia 9 de novembro de 1884, dia em que foi aberto ao trânsito público o primeiro trecho da via-férrea bragantina. Após a solenidade de inauguração desse primeiro percurso, que vinha para marca uma nova era de progresso para a economia paraense e para o desenvolvimento agrícola de uma região ainda inexplorada e desconhecida.
Neste dia saíram dois trens com destino a Benevides, um às oito horas da manhã e outro as duas da tarde, levando autoridades provinciais, inclusive o presidente da Província, bispo diocesano, corpo diplomático residente na capital, engenheiro representante da companhia da estrada de ferro de Bragança, funcionários dessa empresa e demais convidados.
Regressaram a Belém por volta das cinco e meia da tarde daquele dia memorável, ao chegar o trem denominado “Siqueira Mendes”, nas proximidades do quilometro 14, entre as estações de Marituba e Ananindeua, por um descuido qualquer, a locomotiva desviou-se da linha por estar meia aberta a chave da agulha do desvio e veio a descarrilhar, provocando o pânico entre os passageiros da composição. Dez metros de trilhos ficaram recurvados, os dormentes partidos, inutilizados e, o trem impossibilitado de prosseguir viagem para Belém.
Algumas pessoas retornaram a Benevides, outras porém, resolveram seguir a pé para Belém. Foi uma marcha estafante, dolorida, de 5 horas, como noticiou o “Liberal do Pará”, na edição seguinte. O fiscal da estrada, na época, enviou uma carta ao presidente da Província atribuindo o fato à ignorância ou maldade de algum transeunte .
Fonte:
CRUZ, Ernesto. A estrada de Ferro de Bragança. Visão social, econômica e política.1955. p. 75
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